quarta-feira, 30 de setembro de 2009

o tal do Skoob

Pois é, depois dos famosíssimos msn e orkut, do recente twitter e do pouco usado facebook, acabo de entrar para mais uma rede social da internet. Aff, mais uma? Pois é, não resisti. Não resisti pois se trata de um assunto que eu adoro: leitura. A proposta do Skoob é criar uma rede de contatos para troca de experiências de leitura.
Cada pessoa tem seu perfil, onde expõe os livros que leu, os que tem, os que vai ler, os que emprestou, os que deseja e os que abandonou. Tenho gostado bastante.
Entretanto, dando uma rápida olhada em perfis diversos, vejo que não é todo mundo que consegue, efetivamente, estabelecer uma rede de contatos. A maioria das pessoas -inclusive eu - tem poucos amigos no skoob, resultado da pouca aderência, aliada à pouca leitura. A princípio o skoob se mostrou para mim como mera exposição das leituras de cada um, ou seja, futilidade. Mas tenho notado como algumas coisas são interessantes. O maior problema é ter saco para achar (há um sistema de buscas) livro por livro para salvar os que vc já leu. É preciso paciência :~
Bem, lá você também dá notas de 1 a 5 para os livros lidos e pode postar resenhas sobre os livros e consultar as resenhas que outras pessoas fizeram para aquele livro que vc leu. Nesse sentido, o skoob é muito interessante. Basta ter gente lendo, produzindo e tendo iniciativa!
Ainda sou um novato no skoob, ainda estou na fase de experimentação. Mas tenho gostado. Antes sair do frio facebook do que do skoob.

É isso aí pessoal, se alguem se interessar, eis o meu perfil no skoob

E se alguém fizer cadastro, me mande um convite. Estou precisando de contatos! haha


Abraço!
=D

domingo, 27 de setembro de 2009

Ultimamente...

...tenho postado poucas coisas sobre literatura...enfim...como eu disse no primeiro post desse blog, aqui eu falo de tudo. Mas isso se deve ao Daki-Dali, o blog em parceria com a Daia. Tenho postado algumas coisas sobre literatura lá. especialmente, da Infanto-Juvenil. Visitem-no.

=D

dos vereadores

Tenho certeza de uma coisa: mil eleições passarão, mas eu nunca ficarei contente (e tranquilo) com a equipe de vereadores da câmara se não houver alterações nas leis que regem a composição desse quadro¹. Hoje, qualquer pessoa pode se tornar um vereador. O que é preciso? popularidade (e isso vale para todas as esferas políticas brasileiras. Chovem candidaturas - e eleições - de "personalidades" toscas como Frank Aguiar (au!), Clodovil Hernandez e por aí vai. Um cantor é facilmente eleito (Sérgio Reis, a propósito, acaba de se filiar ao PV, e planeja sua candidatura). Um senhor de engenho é facilmente eleito (como Sarney e seu cabresto). Enfim, basta ser famoso, ou ter influência (leia-se dinheiro) para conseguir uma vaguinha no poder público.
E o que se deve, então, ser reformado nesse sistema eletivo? Ora, estamos elegendo pessoas para o legislarem em prol da cidade. Pensar em cidade, em todos os seus âmbitos, exije -mais do que uma visão global- conhecimentos básicos de Economia, Geografia, Legislação, História, Medicina e muitas outras áreas.
Eu sei que existem as comissões que auxiliam os vereadores com os conhecimentos técnicos. Mas não basta! Não basta! É óbvio que não estou falando em vereadores P.h.d's, como não estou falando em economistas formados, geólogos formados, médicos formados. Quero dizer que tais legisladores precisam ter a capacidade de pensar os problemas da cidade com um mínimo de inteligência, precisão e lógica. E sem esse referencial técnico (conhecimento na área) não há como. Não basta ele ser um chefe, um líder nato, se não consegue organizar suas ideias e aplicá-las.
Por que não exijir dos candidatos esses conhecimentos? façam uma prova. Nada de mais. Incluam apenas perguntas que qualquer cidadão inteligente saiba responder. Elejamos pessoas decentes, e não um bando de bestas, que só sabem ganhar à custa dos impostos dos otários, nós.


NOTAS INÚTEIS:

¹ O Apocalipse, o infinito, os restos de Atlântida, a última página do Ulysses de Joyce, enfim, tudo me parece mais perto do que a mais-que-necessária reforma política.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

faz parte...é da vida ou ¬¬'

-- Ah, vc faz letras...que legal...sabe, eu estou lendo. Estou lendo A cabana..já leu?
-- já ouvi falar
-- Ah, e vc tá lendo o quê?
-- Um romance. O nome é Boca do Inferno
-- O quê? Boca do Inferno...isso lá é nome...uxi...
-- ¬¬



-- Meu sobrinho querido, olha aqui, comprei pra vc: Conversando com Deus. Olha, a moça da livraria disse que ele é muito bom! Disse até que ele é um dos mais vendidos!
-- mais vendidos,é?...
-- sim! Isso é coisa boa. A menina disse que vende que nem água..
-- ah, deve ser interessante...¬¬



-- que tipo de livro você lê
-- poesia e romances, geralmente
-- Só?
-- bem, acho que sim. Porquê?
-- Só romances...ah, eu sou mais variada. Gosto de aventura, mistérios..livros de drama... diferente de você que só lê histórias românticas e...bláblá
-- ¬¬



(quietinho num canto, lendo)
-- (olhando para a capa do livro)Que é isso rapaz?
-- que foi? estou lendo.
-- e o que é isso que lê? "O mundo do sexo", que chanchada é essa?
-- ¬¬ .Um romance. Henry Miller é o autor. É americano, ele.
-- Mundo do sexo...gente! gente! olha só o que ele tá fazendo: lendo um manual de sexo! o que vc quer descobrir que vc não sabe, hein? humm, rapaz curioso...
-- ¬¬



-- ui, rapaz! você sempre com seus livros! você não cansa, não?
sempre lendo e lendo...eu sei que ler é bom..mas muito assim...sei não... e blá blá
-- ¬¬

Discutindo a língua...

Adoro essas discussões sobre a nossa língua.
Leiam se puder...volta e meia me pego pensando nisso também...

É uma postagem recente do blog da Lola Aronovich (humm, terei acertado?)

Abraço!
=D

sábado, 19 de setembro de 2009

A Marcha para a Diversidade e a Parada de Jesus

Como se sabe, a Marcha para Jesus e a Parada da Diversidade foram dois eventos que movimentaram Joinville nos últimos meses. E, como se sabe, ambos contaram com o apoio da Prefeitura de Joinville, na figura do prefeito Carlito Merss. Para a semana da diversidade, a prefeitura destinou o patrocínio de 25 mil reais. Para a Marcha de Jesus, financiada por pastores da cidade, a prefeitura foi mais modesta: colaborou com a organização e com a divulgação através de panfletos.
Dia desses, lendo o jornal/tablóide Gazeta de Joinville, deparo-me com uma matéria(escapou-me a definição exata, mas vá assim mesmo) contendo 24 trapalhadas do governo Carlito. E eu fui lendo e assentindo, lendo e assentindo.. (afinal, Carlito ainda não cumpriu boa parte de suas promessas)... aí, de repente, me deparo com essa "comparar a Semana da diversidade com a Marcha para jesus".

Ah, pronto. Fechei o jornal/tablóide.

O prefeito Carlito tem decepcionado - e muito - por não cumprir suas promessas de campanha, mas dessa vez estou com ele. Num ato bonito, Carlito publicou um artigo no jornal Notícias do dia defendendo o evento e comparando-o com a marcha para Jesus. Foi o bastante para incendiar a revolta por parte de alguns ignorantes, entre eles, os editores da Gazeta.
A Marcha para Jesus foi um evento religioso, uma confraternização dos cristãos. Ponto. A Parada da diversidade tinha um objetivo bem diferente, social - uma confraternização em prol da liberdade de orientação sexual. Eventos que podem ser comparados, pois são, na teoria, dois eventos pró-liberdade de expressão seja ela sexual ou religiosa.
Mas foi só o prefeito defender a parada, que passaram a chover críticas preconceituosas. Palavras do Carlito:

“Por ter um compromisso com toda a sua gente, a prefeitura de Joinville não poderia se omitir. Se a Maria gosta do João que gosta do Chico que gosta da Ana que não gosta de ninguém porque curte a Maria. O que e importante? E apenas assumir de forma sincera o que acreditamos e viver a vida sem culpas fabricadas por preconceitos”

Primeiro que a fala do prefeito é louvável pelo respeito às diferenças. E segundo que ela lembra (e é bem provável que intencionalmente) o poema "Quadrilha" do Drummond (lembram?).
Preciso lembrar que o preconceito aos gays é imenso em nossa sociedade?
Preciso dizer que a cidade de Joinville é composta principalmente de cristãos?
E preciso dizer que para a religião cristã não há espaço para a homossexualidade?

Aí reclamam da comparação entre os dois. Realmente. Não faz sentido.
Por toda a opressão e preconceito em torno dela e de seus participantes, a parada tem bem mais valor.

domingo, 13 de setembro de 2009

Que anoiteça logo, que amanheça logo...

Meu Deus... sábado passado, no ônibus que voltava de São Paulo, o pessoal resolve assistir Crepúsculo, filme baseado no best-seller de Stephany Meyer (desconfio de que grafei errado, mas vá lá).

Eita, nunca vi filme mais ruim! Tudo bem, confesso, eu já vi piores. Mas ele é muito ruim, ainda mais se lembrarmos o sucesso de bilheteria que ele é.

Sucessão de clichês. Comenta-se a castidez do par protagonista (a tal da Bela e o tal do Edward - o vampiro). Ok, um fato não-clichê. Mas não importa. As outras dezenas de partes do roteiro são ridículas.

Quando começou o filme, jurei pra mim mesmo: verei até o final. Não serei injusto. Mas quando os alunos da escola de Bela começaram a falar nos preparativos para baile de formatura... ah, não...não aguentei e virei-me. Baile de formatura? existem mais ou menos uns (deixa eu ver) 6.568 filmes adolescentes, em que os personagens participam de baile de formatura. Aff!

Não quero nem chegar perto do livro da Meyer.
Preconceito? dane-se.

Não se julga pela capa, mas julgo pela adaptação cinematográfica:
Grande porcaria

Meretíssimos idiotas

É com enorme alegria e filhadaputice que recebo a notícia sobre o aumento dos ministros do Supremo. Lembrando que, quando se aumenta o salário dos Ministros, aumenta-se também centenas de outros salários (executivo, do MP..) que estão ligados a esses primeiros.

É isso aí, gente!
Isso Brasil, mostra a tua cara!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Do dilema das traduções

Há pouco tempo, postei aqui uma lista de dez começos inesquecíveis (não diria "melhores", pois meus gostos são outros). Pois bem, um desses começos é do romance Lolita, de Vladimir Nabokov que conta a trágica história da paixão de um homem maduro por uma menina, muito mais nova que ele.

De fato, o começo de Lolita mereceu seu espaço naquela lista. posto aqui para relembrar:

"Lolita, luz da minha vida, fogo da minha virilidade"

Ocorre que, empolgado pelo início bonito, fui atrás do livro para, quem sabe, lê-lo.
Mas eis que abri no primeiro capítulo e me deparo com o seguinte início:

"Lolita, luz da minha vida, fogo de meu lombo"

opa, peraí! É lombo ou virilidade?
A saída para isso seria checar o original, mas como o meu conhecimento em língua estrangeira é medonho (não domino nenhuma outra) é óbvio que isso seria inútil. Bem, resta confiar nas fontes:

A primeira frase, retirei daquela postagem do blog (Bloguefilmes, algo assim). Lembro-me que na postagem original, não havia citação de onde foram retiradas as linhas. Assim, fica difícil saber se foi extraído de um livro, traduzido por alguém competente, ou se o texto foi vertido por um zé-tradutor qualquer.
Quanto ao segundo início de Lolita, retirei-o de uma edição da década de 80, pela Abril Cultural (é de uma coleção de romances bem conhecida do público). A tradução é de Brenno Silveira - desconheço. Mas, enfim, pelo menos tem-se uma editora, um tradutor e certamente um revisor.

Mas fica a dúvida: lombo, virilidade ou os dois servem?

A versão mais confiável, a segunda, é a mais estranha. "Fogo de meu lombo"? Isso não é tão sensual quanto "fogo de minha virilidade". A palavra lombo, no português, remete-nos primeiramente ou à surra (lombo quente, haha) ou a um bom pedaço de carne súina. Mas nada disso importa se não investigarmos a intenção do autor. E como não entendo neca de pitibiriba de nada, chego a esse dilema das traduções.

Uma tradução, por mais cuidadosa que for, nunca será versão fiel do original.
Toda tradução é um ato de criação. Obviamente não se compara o processo de elaboração de um poema ou romance com o processo de tradução do mesmo. Criar é bem mais complexo. Entretanto traduzir é, sim, um ato de criação, pois para adaptarmos certo texto para outra língua, seguindo a observação tantos e tantos quesitos (os significados, os jogos de palavras, o ritmo, etc..) será quase sempre preciso modificar o texto. Adaptar/traduzir é recriar um texto. E uma simples alteração que seja, já é uma grande ação.

Resumindo: ler traduções só é válido se tivermos em mente o real valor delas e a sua posição em relação ao original. (Bom mesmo é ler os autores de língua portuguesa, e aproveitar toda a riqueza da língua)

PS: Ainda sobre isso, dia desses eu conversava com o Juliano sobre a difícil tarefa de traduzir. O problemas começam na tradução de uma única palavra.

Por exemplo: digamos que no meio de um dado poema, conta a palavra Nobody.
A tradução mais óbvia, quase instantânea que se faz é para "ninguém"

Entretanto, é claro que no original - nobody - há uma outra palavra dentro dela (body, que significa "corpo") e que forma seu significado: nenhum corpo, nenhuma pessoa.
E a tradução para o português... ninguém? Contempla toda essa significação? Traz essa ligação com a palavra "corpo"? (que pode apontar para inúmeros outros caminhos de leitura do texto, como por ewxemplo, dar uma carga sensual à frase)

Nada! O ninguém do português apaga todas essas marcas e, consequentemente, desmancha toda uma teia de significação!
O que fazer diante disso? Não sei. Só sei que vida de tradutor não é fácil.
E a de leitor também. Repito: nunca podemos nos esquecer as gigantescas diferenças que há entre os textos original e traduzido.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Dicas para escrever, de M. Freire

Olá pessoas,

Nesses tempos de muita preguiça e muitas ocupações (duas coisas que não combinam, mas eu visto as duas)... a maioria das postagens desse blog serão amenidades. Comentários curtos ou "colagens" de coisas que encontro por aí. Mas, para não perder os poucos e bons que por aqui passam, garanto que serão coisas interessantes (pelo menos eu acho =D).

Um exemplo está colado logo abaixo. Extraídas do blog do Marcelino Freire, escritor do qual pouco conheço. Na verdade, nada. Pretendo lê-lo. Quem sabe melhor dele é o Ítalo, que já fez algumas postagens sobre esse escritor em seu blog.

Eis aí, 20 microdicas (nome dado por Freire) desse autor para quem quer escrever.
São ótimas! Leiam.

PARA ESCREVER:

[01] Cortar palavras.
[02] Não usar gravata na hora de escrever.
[03] Nem incensos.
[04] Ouvir, mesmo que baixinho, a própria voz.
[05] Abrir as orelhas para a rua.
[06] Desconfiar daquele texto que sua mãe gostou.
[07] Matar a família.
[08] E ir ao cinema.
[09] Ler muito.
[10] E reler muito.
[11] Reescrever, reescrever, reescrever.
[12] Reescrever, reescrever, reescrever.
[13] Ler os clássicos.
[14] E os novos clássicos (contemporâneos).
[15] Pirar.
[16] Respirar embaixo d'água.
[17] Beber.
[18] Viver.
[19] Não se levar a sério demais.
[20] Muito menos essas dicas, etc. e tais.

Eu adoooorei! Muito bom!

Abraços a todos

domingo, 6 de setembro de 2009

Rap de qualidade

Olá, pessoas

Esse link aqui é o da página no My Space dos SELENITAS, grupo de rap muito bacana aqui de Joinva, do qual meu parceiro Júnior participa.
É pra quem gosta desse ritmo que, como qualquer outro, tem seus lixos e luxos.

São apenas três músicas por enquanto, o primeiro CD está sendo produzido.
As três faixas são bem produzidas e com versos bem legais.

A minha preferida é a mais recente, que leva o nome do Grupo. Recomendo.

Abraço a todos!

=D

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Só faltava essa...

Acabei de ler no blog Exercitando, do Victor Pereira, a notícia de que Fernando Collor (sim, ele mesmo) acaba de ser eleito para a Academia de Letras do Estado de Alagoas. My God! E, ao que parece, foi eleito por possuir nove livros escritos (que ninguém nunca viu).
Senado, Academia de Letras, Prefeituras, Câmaras...olha, nada está salvo. Nada.

Esse é o tipo de coisa para o qual a gente diz: "SEM COMENTÁRIOS!!!"

¬¬


PS: Outro que escreveu sobre essa notícia bizarra foi o Róbson, em seu Bem Amargo. Segundo ele, Collor apenas publicou alguns artigos e discursos: ou seja, nada foi vendido; nada de literatura; nada de livros. Resumindo: mais uma armação.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

10 melhores inícios de romances

Essa lista foi feita pelo American Book Review e publicada no blogue do BiblioFilmes Festival (interessado? Jogue no google, que tô com preguiça de linkar), no qual divulga e apresenta o top 10 das cem "primeiras linhas" em romances que a revista considera as melhores (mais o escritor e livro):

1. Chamai-me Ismael. — Herman Melville, Moby Dick (1851)

2. É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro na posse de uma bela fortuna necessita de uma esposa” —Jane Austen, Orgulho e Preconceito (1813)

3. Um grito atravessa o céu. —Thomas Pynchon, O Arco-Íris da Gravidade (1973)

4. Muitos anos depois, em frente ao pelotão de fuzilamento, o coronel Aureliano Buendía haveria de recordar aquela tarde remota em que o seu pai o levou a conhecer o gelo. —Gabriel García Márquez, Cem Anos de Solidão (1967)

5. Lolita, luz da minha vida, fogo da minha virilidade. —Vladimir Nabokov, Lolita (1955)

6. Todas as famílias felizes se assemelham; mas cada família infeliz é infeliz a seu modo. —Leo Tolstoy, Anna Karenina (1877)

7. Rio que corre após Eva e Adão, do súbito desvio da costa até a curva da baía, nos conduz a um círculo vicioso de recirculação que retorna ao Castelo de Howth e Proximidades. — James Joyce, Finnegans Wake (1939)

8. Era um dia frio e ensolarado de Abril, e os relógios batiam as treze horas. —George Orwell, 1984 (1949)

9. Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos, foi a idade da sabedoria, foi a idade da imbecilidade, foi a época de acreditar, foi a época da descrença, foi a época da Luz, foi a época da Escuridão. —Charles Dickens, A História de Duas Cidades (1859)

10. Sou um homem invisível. —Ralph Ellison, O Homem Invisível (1952)


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Gostei bastante dessa lista. À exceção daquele início do Orwell (não me sensibilizou tanto quanto os outro 9), achei esses começos incríveis.
Pensando nessa lista, comecei a procurar um bom começo de romance brasileiro. Ocorreu-me de citar o "Memórias Sentimentais de João Miramar", do Oswald. Entretanto trata-se uma prosa futurista que não se parece com nenhum dos 10 romances acima. A linguagem de Oswald é rápida, concisa ao extremo, e o primeiro capítulo mais parece um poema.
Talvez o exemplo mais interessante seja Mário de Andrade e seu "Macunaíma"(deveria constar nessa lista, né? Mas creio que Macunaíma nunca foi traduzido para outra língua... dificilmente). Pois bem, eis o mais-que-original início:

"No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite."

Fala sério! Esse começo -como o livro todo - é sensacional!

=D

PS: A vontade de botar o Oswald aqui era grande. Vou deixar para um postagem mais adiante. :P