sábado, 18 de julho de 2009

A arte de falar mal

Para começar os trabalhos de forma saborosa, nada como começar praticando um dos exercícios preferidos das pessoas, aquilo que Carlos Heitor Cony chama de "a arte de falar mal". Concordo. Falar mal é uma arte. Fale mal, mas faça com estilo.
Eu já disse em algum lugar, creio que em outro blog meu, que odeio a revista Veja. E odeio mais ainda um de seus colunistas, o tal de Diogo (pausa para a ânsia de vômito) Mainardi. Não entrarei nas famosas polêmicas que giram em torno de sua pessoa. Não falarei do suposto apadrinhamento que o mantém na mídia. Não tenho certeza absoluta de nada, então não posso emitir juízo. Entretanto, por vezes leio (ou tento ler) as colunas do Mainardi. Leio pra dar risada da sua estupidez. O que me irrita nele é sua prepotência. Seu humor não é ácido, nem amargo: é intragável. Como colunista, utiliza sempre as mesmas figuras de linguagem, num pseudo-intelectualismo que me irrita. Falso intelectualismo, pois inoportuno. Tiradas gratuitas que servem somente para Diogo criticar alguém, ao mesmo tempo que se hipervaloriza. Ridículo é pouco.
Da última coluna sua que li - extraindo suas as tiradas trágicas-cômicas - identifiquei uma crítica muito vulgar contra a carreira de romancista de Chico Buarque, que - nas palavras de Mainardi, é "um cantor que se meteu a fazer romances". Chamou-o de autor repetitivo, por repetir motes para seus romances, citando como exemplo, "Benjamim" e "Leite Derramado". (Li o segundo- e gostei muito - mas ainda não li o primeiro).
Bem, o que acho da literatura de Chico é assunto para os próximos posts. Mas já adianto que não o considero um autor exemplar. Está bem longe disso. Entretanto, Chico é um escritor que "se meteu a fazer romances". E aí acrescento: e fez muito bem. A leitura de seus livros é saborosa. Mais que degustáveis, seus livros não estão entre esses exemplares de leitura barata. Talvez seja a relativa "facilidade" de lê-los que leva alguns críticos (e Mainardi é crítico de literatura? haha, faz-me rir!) a taxá-lo como autor ruim. Mas, como disse, falarei mais sobre isso em outras oportunidades. A questão é outra.
Sempre soube da carreira de romancista de Mainardi. E, mais uma vez, nunca emiti qualquer juízo sobre esse seu lado, pois nunca o li. Sei que não posso julgá-lo tendo como base o conhecimento de seu estilo como colunista.
Por isso, decidi há pouco que um dos próximos livros na minha lista será Malthus, livro de Mainardi que recebeu o prêmio Jabuti em 1990 (Meu Deus, será possível?).
Estou cheio de coisas para ler. Livros para a faculdade, livros emprestados por amigos, livros que comprei e que ainda não li, fora os emprestados das bibliotecas da cidade. Mas vou abrir uma brecha para ler Mainardi.
Estou louco para praticar mais a deliciosa arte de falar mal. (ou não, né? vai saber...)

Até!

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